Dezembro de 2013, São Luís
(MA) - dezembro de 2014, Salvador (BA)
Suporto o hálito frio
Do meu coração vazio
Fim de ano congelado
Enganoso em seu estio
Do telhado cor de carne
Cai a tarde endurecida
O dezembro não abrasa,
Exala a brisa encardida
Olho preso na varanda,
O teu nome, ouço à sala
Oco, triste, é só o vento
Que no casarão estala
Vento, vento, varre Egito,
Varre Carmo e São Francisco,
Vento, beija o azulejo,
Vento, gela a Beira-Mar
E quando o vento aquieta
O mormaço ameaça
O mormaço ameaça
No silêncio, no remorso,
O sobrado me abraça
Que má vontade do mundo,
Ah, que gripe demorada,
Esse sol que não aquece
Essa véspera encruada
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