Wednesday, April 02, 2008

2008.04.02 – Morte Líquida 6 - Ainda Semana Santa

Ainda sobre a Semana Santa: Jesus é o messias ou, se assim o preferirmos, o Deus que experimentou a morte humana e que oferece essa experiência para que todos comunguem - literalmente – dela. Essa sua experiência (o complexo Cristo vivo-morto-ressuscitado) é o vade-mecum da morte e nos há de servir também como modelo para viver. Se a morte do messias é uma crise que o sistema religioso cristão faz representar ciclicamente, com o desfecho previsível da ressurreição, esse modelo é transposto para as crises pessoais diárias, pequenas mortes, e até mesmo para a morte propriamente dita, a perda de um ente querido, criança, jovem, adulto ou idoso. Todas as apelações (relações de apelo) ao Cristo passam pela morte de Cristo, que ressuscitou, ou que pelo menos se nos igualou, isto é, se humanizou, porque morreu. E todas as relações com a morte fazem o mesmo trajeto, ou seja, passam por Jesus, pelos mesmos motivos.E, segundo:Jesus é mártir, mas teve sepultura, ao contrário de muitos outros que o seguiram, e o sepultamento de Jesus é “fato” que já o aproxima da morte que os fiéis esperam ter. Na verdade, Jesus é homem, mártir, morto, santo e Deus, e observamos que estas categorias são bastante diferenciadas, ao menos no tocante ao morto, na cosmologia, na veneração católica.


2008.03.24 – Morte Líquida 5 - Uma Semana Santa

Atualizada em 03.05.2012