Já é
regra de etiqueta para toda pessoa descolada: quando chegar uma visita em sua
casa, é de bom tom oferecer a senha do wifi, além do tradicional copo d´água. E
que a água seja gelada, pois aquela que você tira direto do filtro - e diz
"É natural, melhor para a saúde" – só é natural nos hospitais e nas
torneiras dos banheiros de shoppings.
Quanto
às outras regras de recepção, basta ter chá e simpatia, até porque quem deve
andar na linha são os visitantes. As normas para eles podem ser resumidas a uma
só: não bote fogo na casa. Literalmente.
Lembro
de um amigo que tomava uns porres e depois apagava no tapete da minha sala...
Com um cigarro aceso. No dia seguinte, encontrávamos o corpo tombado, já rolado
para os ladrilhos e o cigarro ao lado, completamente queimado. As cinzas
jazendo sobre a fria lajota, graças a Deus!
Recepcionar
bem é uma arte, inclusive receber as visitas dos hóspedes. Um ex-colega, que
agora trabalha em outro estado, passou uns dias no meu apartamento e apareceram
vários conhecidos para cumprimentá-lo. Chegou o momento em que o ambiente ficou
insuportavelmente cheio, e eu acabei saindo à francesa, para procurar abrigo na
casa de uma vizinha.
Já
escorria pela escadaria do prédio, escondido, quando uma mão me agarrou: era o
meu hóspede, querendo saber aonde ia. Não deu outra, acabamos escapando os dois
juntos, deixando o apartamento – e aquela barulheira - ao Deus dará.
Claro
que existe gente mais tolerante, como um amigo que hospedou um sujeito que mal
conhecia, encontrado num evento profissional. Depois de alguns dias, o homem se
volta para ele e diz:
- Sua
mulher é fiel mesmo, hein? Tirei a prova disso hoje.
O
cara-de-pau demorou mais uns dias por ali, na paz que favorece aos bobos. Meu
amigo até hoje dá risada.
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